Entrevista: Giovanna Opipari
A primeira triatleta amadora brasileira no Mundial de IM70.3 2025
Redação
Giovanna Opipari, de 28 anos, é triatleta há oito anos. No último final de semana, em Marbella, Espanha, foi a primeira triatleta brasileira amadora no Mundial de Ironman 70.3, com o tempo de 5:15:38, parciais de 31:16 para os 1.9km de natação, 3:02:47 para os 90km de ciclismo, e 1:34:37 para a meia maratona final.
Conheça um pouco mais sobre a triatleta que veio da natação e também já foi guia da paratriatleta Letícia Freitas nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
Como conheceu e ingressou no triathlon?
Comecei pela natação, participando de biathlons com o pessoal da academia, depois de alguns anos comecei a competir do XTERRA e 3 anos atrás comecei a correr provas na distância Ironman 70.3.
Como foi a semana antes da largada do Mundial de IM70.3? Conseguiu lidar bem com a ansiedade pré-prova?
A semana pré-prova foi bem tranquila. Como eu tinha chegado bem antes, já tinha feito o reconhecimento dos percursos da prova e estava bem tranquila quanto a isso. Na semana pré-prova estava hospedada um pouco mais distante do local da prova, e fui para o espaço da prova apenas nos dias necessários, tentando descansar e me cercar de energia positiva.
Como foi o desenrolar da prova do Mundial, desde a natação?
A natação foi um pouco caótica, como parti em uma das últimas largadas, tive que passar por bastante mulheres e também acabei perdendo o grupo principal da minha categoria. Apesar de ter nadado mais sozinha, consegui encaixar um ritmo razoável e saí focada em fazer uma T1 rápida.
Na bike, estava bastante confiante, mas no início já vi muitas meninas me passando com um ritmo insano nas subidas, e percebi que o nível das competidoras era bizarramente alto. Tentei não me abalar e focar na minha prova e nos meus números. Na metade da prova pegamos muito vento lateral nas descidas, mas nas descidas finais o vento diminuiu, o que deu para aproveitar bastante essa parte da prova. Tive bastante dor na lombar no final do ciclismo, o que fez com que eu diminuísse o meu ritmo, mas me mantive com a cabeça boa para sair para correr.
Na etapa de corrida, fiquei apreensiva pois estava há algumas semanas sem correr devido a uma inflamação, mas a corrida fluiu super bem, em um bom ritmo e sem nenhuma dor. Faltando 3 km o ritmo caiu bastante, mas finalizei a prova muito feliz com o resultado final.
Como foi a experiência de ter sido guia da triatleta paralímpica Letícia Freitas em Paris 2024?
Estar competindo nos Jogos Paralímpicos foi uma experiência única e muito recompensadora. Foi uma dedicação intensa durante todo o ano de 2024 para ajudar a Leticia nos treinos e em toda sua logística para o dia a dia, além de todas as viagens que realizamos para conseguirmos nos classificar para os Jogos. Mas no final das contas, deu tudo certo e a prova em Paris foi a celebração de um ano de muita entrega.
O que planeja de provas para 2026?
Ainda não montei meu calendário de 2026, mas pretendo fazer várias provas na distância olímpica e 70.3.
O que necessita trabalhar e melhorar para a temporada de 2026?
Pretendo me manter treinando para continuar evoluindo nas três modalidades, especialmente na corrida. Sei que a constância é a chave para a evolução que eu busco.
BIO
Tempo que pratica triathlon: 7 anos
Idade: 28 anos
Altura: 1.68m
Peso: 58kg
Bike: Cervélo P5
Capacete: Canyon
Tênis de treino: Mizuno neo zen
Tênis de prova: Mizuno wave rebellion
Wetsuit: aquon.. podrissima
Treinador: Samuca
Equipe de apoio: Assessoria Solak, nutricionista Glacial Lippel
Patrocínio: Inpart saúde, Premier e Volcanic
BATE-PRONTO
Série preferida: Breaking Bad
Livro: Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves
Viagem marcante: Paris 2024
Comida preferida: Japonesa
Prato que te lembra sua infância: Lasanha
No tempo livre: Viajar e assistir filme
Quem te inspira: Samuca me inspira diariamente
Ídolos: Katt Matthews, Lucy Charles, Flora Duffy e Cassandra Beaugrand
Melhor decisão que você já tomou: Não desistir
Esporte que também gosta de acompanhar: Ciclismo, mountain bike e corrida de montanha
Se tivesse uma máquina do tempo, viajaria para o passado ou futuro?
Futuro, só para dar uma espiadinha como as coisas estão, porque sou bem curiosa.