Messias em ação na World Cup Brasília, confirma migração para as provas de Longa Distância
Ironman 70.3 Pucón e Ironman Brasil na agenda do "novo" triatleta de Longa Distância
Redação
Brasileiro triatleta olímpico (2x), 27 anos, anuncia sua participação nas provas de Longa Distância, com agenda para o Ironman 70.3 Pucón no Chile, e Ironman Brasil, em Floripa.
Talentoso, um dos melhores corredores e triatletas do Circuito Mundial, após o seu melhor ciclo olímpico, mesmo sem um bom resultado em Paris, ele se diz satisfeito com sua evolução. De olho nas provas de Longa Distância, ele compete neste sábado na World Cup Brasília, prova do circuito mundial.
Como foi sua atuação em Paris? O que aconteceu?
Em Paris o resultado não foi o que eu esperava. Estava bem fisicamente mas não consegui acertar a natação, a correnteza não me ajudou. Entendo também que ainda poderia ter me preparado melhor, vendo agora.
Não consegui me recuperar muito bem de uma lesão nas costelas em 2023. Não ficou bem resolvida - estava na Europa e acabei passando por cima. Fiquei desmotivado e isso foi ruim.
Como vc se recuperou mentalmente e fisicamente após os Jogos?
Tive uma ressaca após os Jogos - do triathlon mesmo. Tirei algumas semanas para ficar mais tranquilo. Fiquei cerca de 3-4 semanas sem tocar na bike, sem fazer nada. Foi importante para minha cabeça.
Como foram os treinos nesses últimos 3 meses?
Em setembro comecei a fazer um trabalho com a equipe do Sesi. Fui retornando aos poucos ao ritmo. Já me sinto ótimo.
Sua prioridade ainda é o Circuito Mundial, ou deve fazer provas mais longas?
Eu não sou bobo. Eu aguento porrada desde pequeno. Acho que eu tenho condições de ir bem na longa, acho que tenho potencial - as provas de longa são inevitáveis. Eu consigo ver os caras do circuito mundial que já competem nas provas Longas e avalio que o tipo de treinamento para este tipo de prova vai me favorecer ainda mais. Mas não vou deixar de fazer as provas olímpicas, ainda não.
Estou confirmado no Ironman Brasil e devo fazer o 70.3 Pucón em Janeiro.
Como analisa seu ciclo olímpico e sua evolução?
Se fomos olhar o ciclo inteiro, eu evolui muito - sou um atleta muito mais completo. Os dois últimos anos principalmente foram ótimos. Fiz 2 pódiuns em WTCS em 2023 ( 3º em Abu Dabhi , 2º em Montreal), além da terceira colocação na World Cup de Cagliari, no final de 2022. Não é o meu limite, mas evolui muito neste último ciclo olímpico.
O seu calcanhar de Aquiles é a natação. Qual a sua maior dificuldade nas provas de 1500m? A largada é o ponto crítico?
O principal é conseguir fazer uma sequência de treinos bons. Dentro de uma conclusão resumida. A parte explosiva no início da prova eu fico a desejar mesmo. Estou trabalhando nisso.
Eu preciso melhorar a minha parte técnica no Open Water também. A.minha performance na piscina é muito melhor. Estou neste processo de ter um especialista em águas abertas para me ajudar, estamos procurando uma ajuda profissional.
Quais são os seus objetivos no triathlon? Onde o Messias pode chegar?
Posso chegar no topo do esporte, principalmente nas provas longas, brigando com os caras - sinto isso. Mas o meu objetivo é ainda ter um ciclo que me devolvesse tudo o que eu entrego nos treinos para as provas curtas. Acho que isso ainda não aconteceu.
Como estão seus equipamentos? Já está trabalhando com a bike Time Trial?
Ainda não peguei a bike TT, mas já está acontecendo. Ainda não estou com o patrocínio da bike. Estou usando o meu Puma, roupa e tênis. A Z2 é minha suplementação, continuo na equipe Sesi, a CBTRI me apoia muito, o exército e a Bolsa Pódium.
Qual a sua equipe técnica atual?
Hoje eu estou com o Reinaldo Colucci, que assumiu esse desafio desde antes dos Jogos - ele é meu Head Coach. A Fernanda Zanini é a coach operacional, tem o excelente fisio Gustavo Melisck, que trabalha comigo há anos.
O que falta para uma medalha olímpica no triathlon brasileiro?
Hoje estamos no caminho. Falar o que falta é meio vago. Temos tudo que precisamos através da CBTRI. Desde de treinamento em altitude até mecânico.
Essa é a melhor data para o evento? Qual a importância da World Cup Brasília e como está o nível técnico?
A prova virou Sprint. A data não é a melhor - final do ano a maioria está de férias e na recuperação para a próxima temporada. Mas, hoje, senão fosse no final do ano talvez nem nós brasileiros poderíamos participar pelo calendário das WTCS. Talvez no meio do ano atraísse mais atletas.
Contudo, vamos ter ótimos atletas como os espanhóis, chilenos, eu, o Hidalgo e o Kauê, entre outros.
A prova é importante para valorizar nós atletas e o triathlon brasileiro no mapa mundial.